José Afonso
Sempre tive uma posição política apartidária, "Jeremias escolheu o seu lugar do lado de fora" mas, sei quais os valores da liberdade e da democracia ou pseudo-democracia em que vivemos.
Não posso, não devo, nem quero deixar passar em branca o 20º aniversário da morte do Zeca.

Foi com alguma tristeza que vi a passar um programa na RTP1 à 1:00 hora da madrugada que homenageava o autor, o criador, o lutador e o "H"omem que foi o Zeca, entristece-me porque andamos a "levar" ao Sábado depois de jantar e ao Domingo a meio da tarde com um sujeito que diz ser provedor da estação capaz de irritar o mais calmo dos mortais, armado em "lápis azul" uma espécie de censura mal amanhada da estação pública de televisão e, que diabo, tinham que por o Zeca a "passar" bem tarde talvez para ninguém ver, talvez até por medo do que lá pudesse ser dito.
Mais triste ainda fico por pensar que são poucos os portugueses que se preocupam se o Zeca passou, ou se passou, desde que não faltem as novelinhas e santa estupidez do povo, que vive preocupado com o vizinho de lado, em dar nas vistas com o bom carro, a boa casa e nas boas aparências mas, com uma pobreza de espírito e falta de cultura que dá dó, pois a cultura pouco interessa, querem lá saber quem foi o Zeca, o que foi Abril, até quem foi Afonso Henriques, conheço muita gente, se é que se pode chamar gente, assim... Fico triste porque não foi isto que o Zeca e os outros "Zecas" que lutaram pela liberdade, pela cultura, pelo avanço do país, que desejaram mas, infelizmente é o que temos e se calhar o que merecemos, vai continuar a futilidade e a imbecilidade de um povo mas, aqueles que se vão preocupando esses não podem nem devem deixar que se esqueçam os valores e a nobreza dum povo.
Em jeito de homenagem aqui ficam:
Não posso, não devo, nem quero deixar passar em branca o 20º aniversário da morte do Zeca.

Foi com alguma tristeza que vi a passar um programa na RTP1 à 1:00 hora da madrugada que homenageava o autor, o criador, o lutador e o "H"omem que foi o Zeca, entristece-me porque andamos a "levar" ao Sábado depois de jantar e ao Domingo a meio da tarde com um sujeito que diz ser provedor da estação capaz de irritar o mais calmo dos mortais, armado em "lápis azul" uma espécie de censura mal amanhada da estação pública de televisão e, que diabo, tinham que por o Zeca a "passar" bem tarde talvez para ninguém ver, talvez até por medo do que lá pudesse ser dito.
Mais triste ainda fico por pensar que são poucos os portugueses que se preocupam se o Zeca passou, ou se passou, desde que não faltem as novelinhas e santa estupidez do povo, que vive preocupado com o vizinho de lado, em dar nas vistas com o bom carro, a boa casa e nas boas aparências mas, com uma pobreza de espírito e falta de cultura que dá dó, pois a cultura pouco interessa, querem lá saber quem foi o Zeca, o que foi Abril, até quem foi Afonso Henriques, conheço muita gente, se é que se pode chamar gente, assim... Fico triste porque não foi isto que o Zeca e os outros "Zecas" que lutaram pela liberdade, pela cultura, pelo avanço do país, que desejaram mas, infelizmente é o que temos e se calhar o que merecemos, vai continuar a futilidade e a imbecilidade de um povo mas, aqueles que se vão preocupando esses não podem nem devem deixar que se esqueçam os valores e a nobreza dum povo.
Em jeito de homenagem aqui ficam:
Os Vampiros
No céu cinzento Sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No céu cinzento Sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Zeca Afonso
Aquele abraço.
Jeremias